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Eleições 2024: Google repete parcerias e quer combater uso de IA em fake news

O Google divulgou nesta segunda-feira (5), durante um evento para a imprensa, suas ações para as eleições municipais de 2024. A big tech, em programas similares aos das últimas eleições, estendeu suas parcerias com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fornecerá novas ferramentas para veículos de checagem de notícias e recursos para identificar conteúdos feitos por IA. A maior mudança da empresa para o pleito desse ano será a de proibir anúncios políticos — já anunciado em abril.

O evento teve participação do ministro do TSE Floriano de Azevedo Marques Neto. Neto disse que o órgão não proibirá o uso de inteligência artificial durante a campanha eleitoral, mas que haverá regras para o uso dessa tecnologia. A big tech tem parceria com o TSE desde as eleições presidenciais de 2014.

Ferramentas para detecção de fake news geradas por IA

O Google informou que trabalhará em algumas frentes para identificar as fake news e conteúdos criados por IA. Por exemplo:

  • Salvaguardas nos produtos: restrições de prompts sobre eleições no Gemini
  • Marca d’água em conteúdos gerados por IA: essa ferramenta utiliza uma tecnologia do Google e detecta conteúdos feitos pelas IAs do Google.
  • Contexto e cooperação: a função “sobre esta imagem” ajudará os usuários a identificar a origem e autenticidade das imagens. Como explica a empresa, a ferramenta pode mostrar ao usuário que uma foto usada em algum conteúdo duvidoso não está ligada ao assunto da matéria.
  • A marca d’água utiliza a tecnologia SynthID, lançada pelo Google no ano passado. O lado negativo da ferramenta é que ela é gravada apenas em conteúdos criados pelas IAs da empresa. Assim, se uma imagem falsa é feito pelo Copilot, ChatGPT ou Llama, ela não pode ser verificada pelo recurso do Google.
  • Contudo, pelo menos nos Estados Unidos, a Meta sinalizará propagandas que foram geradas por IA — mas o autor do anúncio terá que informar que usou essa tecnologia na criação do conteúdo.
  • Checagem de fatos com apoio do Google
  • A big tech também divulgou a parceria com a Lupa e Aos Fatos, veículos de checagem de notícias. Os dois sites ganharam apoio do Google no desenvolvimento de suas ferramentas de verificação. O LupaScan, recurso que monitora redes sociais de políticos terá um melhor desempenho e será capaz de transcrever vídeos (o que auxiliará em debates e sabatinas)
  • Já o Busca Fatos, que “assiste” vídeos, identificará os assuntos falados em vídeos de candidatos e os relacionará com notícias sobre o tema. Esta ferramenta é de código aberto, o que permitirá que outros veículos e jornalistas adaptem o recurso para suas realidades.
  • A big tech anunciou em abril que não permitiria anúncios políticos nas eleições municipais de 2024. No evento, o Google detalhou os motivos para essa decisão. Segundo a empresa, a dificuldade técnica em implementar as restrições exigidas pelo TSE para propagandas eleitorais foi um dos motivos que a levou a proibir anúncios do tipo.
  • Com isso, a empresa deve ter uma queda de faturamento no Brasil. Em 2022, os candidatos às eleições gerais gastaram R$ 71,9 milhões em anúncios no Google Ads. O Google explicou que parte dessa restrição é feita automaticamente, no momento em que o anúncio é criado. Caso a propaganda passe, entra a moderação pessoal.
  • YouTube e ações para as eleições municipais
  • O Google divulgou que o YouTube terá banners de utilidade pública durante as eleições municipais. Os usuários verão anúncios com informações sobre como votar e resultados das eleições. Esses banners levam para o site do TSE.
  • O YouTube também publicará painéis de informações e checagem de fatos nas buscas relacionadas às eleições municipais. Algo similar ocorreu no pleito de 2022.